A fada Sofia abre-nos as portas à primavera em Portugal

A fada Sofia abre-nos as portas à primavera em Portugal

Estamos em Março e a Primavera começou no hemisfério norte, e por isso cá em Portugal estamos todos felizes. A Primavera é uma estação linda onde os prados ficam verdes, as árvores dão frutos, as flores se abrem e nossos jardins se enchem de um colorido especial. Em homenagem a esta linda estação trazemos aos nossos leitores mais uma bonita história dedicada às crianças, de  autoria da terapeuta Yolanda Castillo do Centro de Medicina Holística.

A fada Sofia abre-nos as portas à primavera em Portugal!

Hoje acordei muito contente! Despertei com o calor dos raios de sol sobre a minha pele e também sobre a florzinha em que durmo. Senti que os raios de sol que recebemos, a minha doce papoila e eu, recarregou-nos de energia positiva, de vitalidade e de alegria. Isto fez-me levantar com um belo sorriso, sem parar de me mexer, saltar e bailar!

Alguns de vós nestes momentos, estareis perguntando-vos, como é que posso dormir sobre uma flor se elas são tão pequenas, frágeis e delicadas , não? Pois sim, eu durmo numa flor, todos os dias, desde que nasci. Sou pequenina, com muitas cores, veloz, brincalhona e muito amorosa. Já sabeis quem sou?

Encanta-me divertir com estas adivinhas! Eu chamo-me Sofia e sou uma fada que vive num prado de um povo da cidade de Vinhais, em Bragança. Para os que não gostam de geografia, digo-vos que está situada no interior de Portugal, muito perto de Espanha.

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Foto de Kátia Pinheiro © (Blogdacrianca.com)

Gosto muito do lugar onde vivo, porque é um lugar muito tranquilo e nele vivem muitas fadas, de todas as cores e tamanhos diferentes. Somos todas belas e temos uns princípios e valores, de que nunca nos esquecemos, sempre os respeitamos. Atuamos com solidariedade, amor, compreensão, diversão, ajuda e respeito. Com tudo isto, somos muito felizes, vivemos em harmonia e em família. Para nós há uma época do ano, que é mais especial que as outras, a Primavera. Tudo renasce, desperta e se mexe. Nesta época, os prados florescem e as árvores também. As fadas que vivem nas águas, fazem com que esta se mova com maior velocidade e assim nasce muita vegetação nova na margem dos rios, nas fontes, lagos, etc.

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Foto de Kátia Pinheiro © (Blogdacrianca.com)

Também é especial, porque os animais, que durante todo o inverno estiveram a dormir, despertam e desfrutam da cálida primavera. Os nossos amigos pássaros com os seus cantos, alegram os corações de todas as fadas e também os vossos, dos seres humanos! As borboletas também são muito especiais e convivemos muito com elas, pois são tão delicadas e coloridas como nós.

Existe um amor infinito entre fadas e borboletas, por isso sempre que nos vêm juntas, parece que sentem uma necessidade irresistível de rir, observar com tranquilidade…parece que a paz e o amor invadem os vossos corações; e isso é graças à energia que desprendemos juntas!

Desde há alguns dias, estamos muito agitadas e emocionadas, porque se aproxima algo muito especial. Por isso, esta semana, todas nós desprendemos felicidade, pois há já alguns dias que chegou a Primavera.Nossa estação preferida do ano! Que bom! Todas despertamos muito contentes todos os dia, porque o sol aquece os nossos corações, as borboletas voam velozes connosco, os pássaros proporcionam-nos a música necessária para estar alegres todo o dia e os pirilampos dão-nos entrada à noite. Além do mais, durante o dia, quando descansamos das nossas tarefas, temos muitos animais para brincar, pois todos estão despertos e com vontade de desfrutar desta nova etapa. Que emoção!

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Foto de Kátia Pinheiro © (Blogdacrianca.com)

No nosso prado tudo vibra com a energia da primavera, respira-se alegria e calor em cada passo que damos. Aqui temos uma fada maior, que se encarrega de distribuir todas as tarefas, para que quando chegue a primavera, tudo esteja preparado e bonito para recebê-la. Quando tudo está preparado no prado dos Alelís, que é assim que se chama o nosso prado, Flora, a fada maior, envia cinco fadas à cidade mais próxima, para vos ajudar a vós, a despertar o espírito da primavera em vossos corações!

Assim começa a nossa aventura: Maria, Ana, Luísa, Sónia e Sofia, somos as cinco fadas eleitas, esta primavera, para preparar a cidade e os seres humanos, para receber esta estação!

Encantam-nos as aventuras! E sobretudo, gostamos de fazer com que os humanos sintam esta magia que nos invade, para eles poderem ser felizes. A fada Maior Flora, meteu-nos numa bolha de energia dourada, energia emanada das nossas florezinhas; esta bolha, faz com que sejamos mais rápidas, e que possamos entregar um pouquito da nossa magia e essência aos humanos e aos seus jardins. Os jardins que existem nos centros das cidades, estão muito desvitalizados, pois a contaminação ambiental, a pouca consciência que têm os humanos e as agressões que sofrem as plantas e seres vivos que nelas habitam, fazem com que as fadas adoeçam e que o jardim não tenha uma energia pura, no qual vós vos sintais bem. Por isso, muitos de vós e vossos papás, não têm vontade de estar em lugares da natureza, porque não sentiram nunca esta energia tão maravilhosa.

Chegamos à cidade e separamo-nos nas nossas bolhas, cada uma de nós acompanhada por pássaros ou borboletas muito belas. Maria, viajou com muitas borboletas até todos os jardins da cidade, para curar as plantas, flores e fadas do lugar, com a energia da bolha dourada. Elas começaram a despertar e desprender as suas fragrâncias por toda a cidade.

Ana, foi até aos lagos, fontes e riachos, para curá-los, energizá-los e encher de vitalidade as suas fadas. Para isso, a sua bolha tinha energia rosa e foi acompanhada de muitos pássaros, para a sua tarefa ser mais rápida.

Luísa, voou por toda a cidade, buscando a todos os animais tristes e perdidos nas ruas; e também junto com as suas fadas, para enchê-los de alegria e curar os seus corações da tristeza que lhes provoca o facto dos seres humanos os abandonarem, não os quererem e não se preocuparem com os seus sentimentos. As fadinhas que os acompanham, estão tristes, porque os animais também o estão. Assim que Luísa, com a energia da sua bolha amarela, enche-os de alegria e vitalidade; guia-os até aos corações de humanos que realmente os queiram e lhes dêem valor.

Sónia e eu, temos uma tarefa muito especial, levar a alegria e o espírito da primavera até aos corações de todos os seres humanos da cidade, mas em especial de todas as crianças. Para isso, as borboletas, joaninhas, pássaros e grilos, ajudam-nos, mas não só eles, como também Flora meteu a cada um deles em bolhas de energia diferentes, para que assim houvesse diversas energias que conseguissem penetrar nos corações de cada criança e suas famílias. Eu fui com as joaninhas e os grilos à zona Norte e Este da cidade.

Visitei todas as casas, de cada uma das crianças, enquanto elas dormiam; com a minha mão e a energia das bolhas, tocamos os seus corações, para inundá-los da energia e felicidade que a primavera desprende. Havia tantas crianças e adultos na cidade, que quando começou a amanhecer, nós continuávamos o nosso trabalho, mas com mais cuidado e sigilo, para não despertar ninguém.

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Foto de Kátia Pinheiro © (Blogdacrianca.com)

Mas algo curioso aconteceu. Chegamos à casa de uma família, a família Bombón. Que nome mais engraçado! A mamã já estava na cozinha, preparando um rico pequeno-almoço para toda a família, assim que cuidadosamente, o grilo Pinpín, pousou no seu ombro e moveu-se muito lentamente para que a energia da primavera entrasse no seu coração. Ela só sentiu muito calor e necessidade de rir. Sempre vivia tão centrada em agradar a sua família, que muitas vezes se esquecia da importância de sorrir e do bem que se sentia, já que parecia que deste modo, conseguia ver as coisas com mais claridade e muito mais simples. O papá estava no jardim, colhendo maçãs directamente da árvore, porque gostava de tomar todos os dias sumo de frutas, colhidas do seu jardim. Uma das joaninhas, envolvida em energia violeta, pousou sobre a sua coluna, e friccionou a sua cabeça, fazendo com que essa bola de energia de primavera entrasse no seu coração. Nesse momento, ele começou a cantar uma canção da sua infância, que há muitos anos que não se lembrava dela.

Assim, enquanto eles levavam a felicidade até aos pais da família Bombón, eu subi até aos quartos. Num deles estavam dois bebés, a dormir profundamente. As joaninhas e os grilos criaram uma enorme bolha de energia laranja, que os envolveu nessa especial energia, e os bebés sorriram, sentiram uma felicidade enorme, mas também tranquilidade. Pois os bebés são muito sensíveis, pelo que, se os seus papás estão tristes ou não se sentem felizes, eles também não o conseguem ser. Continuaram a dormir, pelo que fui a outro dos quartos, onde estava Estrela, uma pequena criança de nove anos, com um olhar muito doce.

Estava acordada, sentada na sua cama e muito triste, olhando através da janela. Mexi-me muito devagar, tentando não fazer nenhum barulho, para chegar até ao seu ombro ou às suas costas e com a energia dourada, alegrá-la.

Mas quando estava a seu lado, algo sucedeu:

– Uma fada! Uma fada! – Disse Estrela em voz alta, enquanto girava, para me ver – És realmente uma fada? Não estou a sonhar? Ohhhhhhhhhhh!
– Vês-me? Podes-me ver? Como é possível? – pensei em voz alta.
– Falas? – Disse Estrela – Oh, meu Deus, que surpresa!

Tranquilizei-me e disse:

-Sim Estrela, sou uma fada, venho de um prado de flores que há muito perto daqui, onde vivo com as minhas irmãs e muitos animais.
– E eu que pensava que as fadas não existiam; Mas Porque posso ver-te se nunca consegui ver fadas? Só há fadas no vosso prado? Porque nunca ouvi ninguém a falar de vós?

– Quantas perguntas! – Disse em voz alta. Verás Estrela, nós somos muito frágeis e delicadas, como os bebés. Normalmente, só vocês, as crianças, conseguem ver-nos, e nem todas, porque acreditam em nós, na energia e na magia. Existem muitas fadas, só que vocês, não as vêm nem as sentem porque elas estão tristes, ninguém as cuida, não lhes dão importância. Inclusive, algumas crianças maltratam as árvores, atiram pedras aos animais… Todos eles são acompanhados por fadas, e magoam-nas sem darem conta!

– De verdade? – Perguntou Estrela – Não tinha nem ideia de que isso acontecia, nem que havia fadas tão perto de nós.

-Assim é Estrela, nós estamos em muitos lugares, mas agora diz-me, porque estás tão triste?

– Oh, pois é, sinto-me muito triste. Há já alguns dias que a Primavera chegou, e é a estação do ano de que mais gosto. Normalmente, a minha mãe e eu trabalhamos durante o inverno, para que na primavera, tudo floresça. Aproxima-te. Vês? Desde esta janela do meu quarto vêm-se os jardins da minha casa. Fazem-me muito feliz, acordar na primavera e ver como tudo está cheio de cores e flores crescidas e outras que ainda irão nascer. Já chegou a primavera, mas este ano, apesar de todo o nosso trabalho, não há nem rastro das flores. Isso me deixa triste.

-Ajam – Disse eu – Já entendo Estrela. Gostas da magia e da alegria que traz a primavera, mas este ano não chegou até à tua casa.

– Sim, isso mesmo – Assentiu Estrela.
Pensei durante uns instantes, e recordei as palavras que a fada Flora nos dizia durante as conversas que tínhamos durante o Inverno. Ela recordava-nos que uma das maiores tarefas que temos, é abrir as portas da Primavera em cada recanto do Planeta, mas também nos recordava, da importância que tem, que nós fadas, consigamos educar, sobretudo as crianças, do importante que é corrigir os seus hábitos, para que a primavera possa chegar a cada um deles, a cada lar, a cada ser vivo de todo o planeta, sem tanto esforço pela nossa parte e com mais força, para permanecer durante os três meses. Então, recordando estas palavras, tive uma ideia fantástica:

-Estrela, tu confias em mim? – perguntei.

-Claro, as fadas são boas. Desde que chegaste, sinto-me mais tranquila – Comentou Estrela.

– Que bom!- Respondi feliz – Então, proponho algo. Eu e as minhas irmãs, podíamos ajudar-te, para que os teus jardins recuperem a vida, a cor e a alegria habitual de cada ano. Mas para isso, necessitamos que tu nos ajudes a nós.

– Que posso fazer eu para ajudar-vos? – Perguntou curiosa Estrela.
-É necessário que vós crianças tenham noção de que nós existimos, que estamos ao vosso lado para ajudar-vos, e sobretudo que a Primavera é uma época muito bonita do ano, na qual tudo emana felicidade, alegria, cor, vida, vitalidade…e muitos mais adjectivos maravilhosos. Mas para que esta energia e outras fadas como eu, se possam manter presentes, durante os três meses da primavera, é necessário que vós acrediteis em nós e respeiteis os espaços naturais. É neles onde vivemos, mas também, onde vós sentis chegar a primavera. Podemos contar com a tua ajuda, para consciencializar a outras crianças do importante que é respeitar os espaços naturais, não atirar pedras às árvores, não cravar objectos pontiagudos, ou talhar as suas madeiras, etc.?

– De verdade que posso ajudar-vos nessa tarefa tão bonita? – Perguntou assombrada Estrela – Claro que vos ajudo! A Primavera é tão bonita! Oxalá pudesse-mos senti-la durante os três meses com tanta intensidade como nas primeiras semanas.

Sorri enquanto a escutava a falar.

-Ficarei muito feliz em poder ajudar-vos. Os meus amigos e companheiros de classe, gostam muito de vir à minha casa, pelo jardim tão bonito e cuidado que temos. Ah! E na classe, a professora manda-nos fazer muitas redações com tema livre, assim posso aproveitar para falar da primavera, de vocês e do importante que é cuidar da natureza.

– Bom! Que bom Estrela! – Disse eu – As joaninhas, minhas irmãs e eu, nos encarregaremos de manter o teu jardim bonito, com as flores belas e energia primaveril esplêndida! Assim, as fadas que habitualmente cuidam do vosso jardim, voltarão a viver nele, a cuidá-lo e mimá-lo como costumavam fazer.
Continuamos falando durante horas. Eu contei-lhe da importância que têm as estações, como trabalhamos, como vivemos e como nos sentimos. Por outro lado, Estrela me contou isso mesmo, mas dos seres humanos. Chegou a hora de ir-me, assim que nos despedimos ambas muito felizes, por termos tido um contacto tão mágico, e ao mesmo tempo, pelos novos planos que surgiram durante o dia.

Estrela não tardou em começar esta tarefa, com muito entusiasmo. No colégio, relatava histórias sobre as fadas e a primavera, que posteriormente, lia aos seus companheiros em voz alta. Junto com os seus amigos do bairro, criaram um grupo que ajudava os jardineiros a cuidar dos jardins da cidade, mantendo-os limpos e plantando coisas novas. Eles puseram em prática diversas tarefas; e nós, todas as semanas, viajava-mos até ao centro da cidade para observar e contemplar os frutos do trabalho das crianças. Deste modo, pouco a pouco na cidade, sentia-se maior felicidade: as águas estavam mais limpas, as fontes emanavam mais água, havia muitas mais flores, as árvores cresciam mais fortes e sãs; pouco a pouco, crianças e adultos ganharam uma consciência diferente.

Passou o ano e chegou novamente a primavera, mas desta vez, foi uma primavera muito especial, já que todo o trabalho e cuidados que tinha feito Estrela, junto com as outras crianças, teve o seu fruto. Tudo floresceu, viam-se mil e uma cores; as águas estavam mais cristalinas, com muitas mais formas de vida; na rua, dificilmente se viam animais abandonados; as fadas já não estavam doentes, conseguiam revolotear e desprender energia de alegria, felicidade e vitalidade; já não necessitavam da nossa ajuda para se revitalizarem e curar. As crianças da cidade já sabiam da existência das fadas, respeitavam-nas e todos sonhavam com poder vê-las e senti-las. Que feliz me sinto pelo trabalho tão importante que realizaram as crianças! E pelo crescimento de Estrela.

Ela sempre dizia: “Temos que cuidar do ambiente natural, de todos os factores que fazem com que a primavera e as suas fadas entrem nas nossas vidas; porque elas cuidam das nossas emoções, da nossa felicidade, e do bem-estar de todos os seres vivos. Desfrutem das cores e da música da primavera!”

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