Atualmente vivemos numa era digital e isso faz parte do crescimento das crianças. Que cuidados devemos ter? Neste artigo vamos esclarecer as suas dúvidas sobre este tema.
A partir de que idade devem as crianças fazer parte da era digital?
Não há idade certa, nem regulamentada. Vai um pouco da escolha de cada pai e da maturidade e responsabilidade que a criança apresenta. No entanto, a opinião geral é que quanto mais tarde melhor.
As crianças pequenas podem ver televisão, mas o mexer no telemóvel, tablets e computadores deve ser muito ponderado e num horário reduzido, dado que tem efeitos no sistema nervoso das crianças e também porque em idades tenras existe a necessidade de conexão com o mundo exterior e elas precisam de brincar.
Que regras devem os pais meter em relação ao uso do telemóvel, tablets e/ou computadores?
Até à idade escolar:
Os telemóveis devem sem cartão sim, não só para salvaguarda dos pais, mas também da criança que ao não saber ler pode não ter noção do que está realmente a fazer. As aplicações com controlo parental devem ser ponderadas, dado que são muito úteis e evitam alguns inconvenientes e perigos do mundo digital.
É imperativo que os pais estabelecem um horário reduzido de tempo de exposição a ecrãs.
Pré-adolescência:
O uso do telemóvel sem cartão sim, deve ser ponderado. Caso exista uma necessidade de a criança ter de facto um telemóvel para estar contactável, o uso da internet deve ser controlado.
É necessário ensinar e alertar as crianças para os perigos do mundo digital, sem qualquer floreamento da realidade, isso vai ajudar não só a que elas ganhem uma certa maturidade, mas também a que tenham mais cuidado no que façam.
Uma boa estratégia é não proibir, mas aconselhar. Os pais poderão pensar também alargar o horário rígido para o uso de telemóveis, mas manter a regras do pouco ou nulo uso imediatamente antes de deitar.
Adolescência:
Esta é a idade em que, salvo algumas excepções, todos os miúdos acabam por ter já o seu telemóvel com cartão sim e internet ilimitada. É a idade da aventura e por isso a mais perigosa, pois começam a instalar e criar perfis nas mais diversas redes sociais e começa também a descobertas dos sites de encontros e outras maravilhas (ou não) do mundo digital.
Torna-se necessário alertar para todos os perigos e consequências de tomadas de decisão irracionais ou por pressão social. É necessário introduzir a realidade dos predadores sexuais que se escondem por detrás de perfis online bastante convincentes, entre outros perigos.
Tentar manter o horário do uso de tecnologias, com mais ou menos cedência dependendo do bom senso e maturidade/responsabilidade do jovem. Alertar-los para a necessidade de descanso do corpo e da mente e as consequências a nível de saúde que podem advir do cansaço e adição extrema ao telemóvel ou computador.
Como pode a era digital ser útil aos jovens?
Esta questão é daquelas que custa sempre um pouco mais a aceitar por parte dos pais – a internet ajuda muito não só como meio de pesquisa de informação para trabalhos da escola, mas também pela existência de jogos que são de facto educativos ou estimulantes do pensamento lógico.
Daí dizermos que não se deve proibir o uso de tecnologias, mas se calhar fomentar um uso positivo e produtivo das mesmas. Pode apresentar os e-books (livros virtuais) ao seu filho e fomentar a sua leitura, falando das vantagens deste formato. Fomente o uso em prol de melhoria do desempenho na escola, apresentando diversos sites onde pode obter informação e outras coisas também.
Como pai, tenho ou não uma palavra a dizer sobre o que o meu filho expõe na internet?
A resposta é: claro que sim! Como pai, educador, tutor ou representante legal deve ser dar a sua opinião e manifestar o seu desagrado (sempre fundamentado e calmo) se o seu filho colocar algo na internet que não aprova.
Alerte também o seu filho para não ter constantemente a localização ligada e quando usar serviços de transporte como Uber, Bolt e outras semelhantes, para partilhar sempre a viagem consigo ou com um amigo com quem tenha confiança, por questões de segurança.
Alerte para a não colocação de fotos de outros sem prévio consentimento, ou para a disponibilização de informações pessoais como morada de casa, dados bancários e outras informações a desconhecidos ou amigos virtuais.
Em suma a internet é algo que tem tanto de mau como de bom.
Se o telemóvel faz falta? Sim, faz. O computador é necessário? Regra geral, sim.
Mas quando não usado com responsabilidade, consciência e ponderação esta é uma caixa de pandora perigosa impossível de fechar de novo.